Vinho… de massa mãe

VINO… DE MASA MADRE

Toda a ciência tem os seus marcos, dogmas e revoluções que a faz avançar e, em muitas ocasiões, estes progressos influenciam as outras disciplinas, impulsionando-as a novos universos de conhecimento e desenvolvimento.

Um claro exemplo é a demonstração, realizada por Lois Pasteur há quase dois séculos, de que o processo da fermentação era provocada por microrganismos. Hoje, aos nossos olhos, é um feito mediano, mas foi uma bomba absoluta que marcou o sinal de partida para o desenvolvimento de uma infinidade de indústrias no século seguinte, como a produção de antibióticos, vitaminas ou alimentos.

Esta inovação chegou à enologia nos finais dos anos 50 quando se começou a utilizar inóculos de culturas puras. Fizeram-no tão bem e os resultados foram tão bons que, em mais alguns anos, a investigação colocou no mercado uma infinidade de estirpes de leveduras selecionadas, iniciando assim a sua preponderância enológica.

É inquestionável o salto de qualidade nos vinhos após a normalização desta prática que para além disso acompanhou os importantes avanços em equipamentos, refrigeração, processos, análises e formação.

E quando pensamos que tínhamos tudo sob controlo, os padeiros aparecem a retomar os costumes do século passado. O pão de “massa mãe”. Estão loucos?

Parece que não é inteiramente assim, já que o mundo da cerveja e do vinho não permaneceu indiferente a esse movimento e as leveduras indígenas reivindicam o seu lugar contra as soberanas leveduras ativas e liofilizadas.

Nós pegamos neste procedimento tão antigo e aproveitando os recursos que temos hoje em dia para analisar, controlar e identificar, e também adicionamos uma interessante componente emocional.

Todos já utilizamos alguns deste produto. São melhores? Piores? Quem sabe? Mas, indiscutivelmente são diferentes, o que nos pode levar a pensar que as leveduras não têm uma função meramente fermentativa, mas sim de gestão da estressante vivência da fermentação e os diferentes componentes do mosto, e assim adicionando o seu toque “pessoal”, esse toque que lhes transmite a vinha ou a fábrica onde nascem.

O mundo das leveduras enológicas está a mudar, está a entrara em uma nova era. Não temos que nos posicionar num lado ou no outro. Simplesmente, cada uma tem o trono para cada o seu povo.

A EXPRESSÃO DO TERROIR

Notícias relacionadas

Alargar as possibilidades do carvalho

Nos últimos anos, a realidade das aparas e das aduelas sofreu uma transformação surpreendente, passando de alternativas a ferramentas enológicas de precisão. Esta mudança tem assistido a uma utilização crescente do carvalho, não só pela sua tradição, mas também por trazer novas dimensões à vinificação.

Estratégia inteligente, resultado excelente

É inevitável que as incertezas nos persigam, quando falamos das vendas de vinhos, ajudas à destilação, ações de compensação pelo de quilos de uva em excesso, etc. São situações complexas que encontram eco no panorama atual do mercado vitivinícola.

Situações em que as estratégias das adegas são fundamentais para se destacarem no mercado e para reforçarem a imagem de marca.

Método Beauvillain

Este método francês promove a maceração pelicular em vinhos brancos e tintos, provenientes de mostos previamente clarificados.