Estratégia inteligente, resultado excelente

Estratégia inteligente, resultado excelente

É inevitável que as incertezas nos persigam, quando falamos das vendas de vinhos, ajudas à destilação, ações de compensação pelo de quilos de uva em excesso, etc. São situações complexas que encontram eco no panorama atual do mercado vitivinícola.

Situações em que as estratégias das adegas são fundamentais para se destacarem no mercado e para reforçarem a imagem de marca.

Por outro lado, em plena vindima e após uma grave situação de seca, surgiram as últimas chuvas que, em muitas regiões amenizaram a situação das vinhas, e noutros casos, as inundaram.

Todavia, o trabalho meticuloso e ponderado do enólogo não muda. Há que estar sempre atento às alterações na composição das uvas, aos precursores aromáticos, ao azoto, etc. para analisar, medir e agir.

Por conseguinte, é fundamental mantermo-nos comprometidos com o nosso trabalho. Em alguns meses será possível constatar o fruto do nosso esforço, materializado num vinho que causa sensações únicas a quem o prova. Partilhamos o vinho e isso faz-nos sorrir; é por essa razão que as uvas que chegam à adega merecem um tratamento delicado e especial.

A AZ3Oeno apostou sempre na prevenção, e esta deve basear-se na medição. Por conseguinte, há uma série de elementos importantes que devem ser analisados, para conhecer o cenário inicial e poder antecipar:

  1. Teor de cobre do mosto: As primaveras chuvosas e as chuvas subsequentes levam a uma maior presença de tratamentos fitossanitários nos mostos. É importante eliminar estes metais antes do início da FA, para que as leveduras tenham uma boa viabilidade celular e possam terminar a FA de forma plena e segura.
  2. As ondas de calor: Em muitas regiões, provocaram bloqueios de maturação das uvas, o que se traduz em falta de precursores aromáticos, elevada capacidade de extração, atividades enzimáticas de PFO, etc. Portanto, a interpretação da quantidade de IPT dos mostos brancos ajudar-nos-á a definir estratégias de clarificação dos mostos para aumentar a longevidade dos vinhos.
  3. No caso dos tintos, bloqueios de maturação: Estes bloqueios indicam um perfil de taninos secos. Por conseguinte, é importante estabilizar as antocianinas na cuba para não as perder, gerir as remontagens, controlar a extração de polifenóis e ajustar a limpeza pós-alcoólica dos vinhos para que o vinho possa respirar. Estas são estratégias para potenciar a fruta dos vinhos.
  4. Uvas com presença de Botrytis cinerea: Assim que as uvas estiverem na adega, a lacase também estará presente. Esta é uma enzima da Botrytis, que é pouco sensível ao SO2 e é resistente ao pH dos mostos. Também é importante lembrar que quanto menor for o contacto com a pele da uva, melhor. No caso dos vinhos com terpenos ou com norisoprenoides, a Botrytis é o principal inimigo destes precursores. Por outro lado, no fim da FA, haverá possivelmente presença de glucanos provenientes da Botrytis. É importante eliminá-los logo, porque mais tarde, nos vinhos acabados, encarecem a clarificação.

Tendo em conta as adversidades atrás referidas, enfrentar o mercado constitui um desafio. Por esta razão, e mais do que nunca, é fundamental definir claramente as diretrizes a seguir, para atingir o objetivo final e sermos produtores de vinhos de sucesso. Uma estratégia inteligente pode levar a resultados excecionais, e o seu vinho bem o merece.

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